Desde a época dos faraós egípcios, a quase 5.000 anos, a palma oleaginosa tem sido uma importante fonte alimentícia para o ser humano. O óleo chegou ao Egito vindo da África Ocidental, de onde se origina a Elaeis guineensis, variedade que representa a grande maioria das plantações do mundo.
O Elaeis guineensis (africana) ocorre em várias regiões da África, desde o Senegal até a região da Nigéria. Suas variedades são classificadas de acordo com a sua espessura (endocarpo):
- Dura – apresenta casca com mais de 2mm de espessura e fibras na polpa. Esta variedade é usada como planta feminina na produção de híbridos comerciais.
- Psifera – os frutos desta variedade não possuem casca separando a polpa da amêndoa. Ela é usada como fornecedora de pólen na produção de híbridos comerciais.
No começo do século XX, a palma oleaginosa foi introduzida na Malásia como uma planta ornamental e somente plantada comercialmente pela primeira vez em 1917, o que deu origem à indústria de óleo de palma da Malásia, plantada em larga escala e caracterizando o óleo mais produtivo no mundo inteiro. No Brasil, chamada de “palmeira do dendê”, foi introduzida pelos escravos africanos, no século XVI, e se adaptou bem às condições climáticas do litoral da Bahia e na região Norte do país.
Em 1951, o antigo Instituto Agronômico do Norte (IAN), hoje Embrapa Amazônia Oriental, importou algumas linhagens da África com a finalidade de obter informações básicas sobre as possibilidades do cultivo na região amazônica. No entanto, a produção em escala industrial começou tardiamente no Brasil. O plantio do dendezeiro no Pará deve-se à iniciativa da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), depois Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), que em 1967, através de convênio com o Institut de Recherches pour les Huiles et Oléagineux (IRHO – França), iniciou uma plantação de 1.500 ha no município de Benevides. O projeto contemplava um total de 3.000 ha de plantios sendo os restantes 1.500 ha constituídos por plantações satélites de agricultores locais. Este projeto foi posteriormente privatizado dando origem à empresa pioneira do setor, Dendê do Pará S.A. – DENPASA (Veiga et al. 2001) .
O dendezeiro é considerado a oleaginosa de maior produtividade em todo o mundo, com rendimento de 4 a 6 toneladas de óleo/ha, correspondendo 20 a 25 toneladas de cachos de frutos frescos (CFF) por hectare. Em alguns casos, combinando-se clima e solo, é possível alcançar mais de 35 t/ha.
É uma cultura perene, cujo plantio é feito a partir de mudas que se desenvolveram durante 12 a 18 meses em viveiro até alcançarem a maturidade para o plantio definitivo. Sua produção inicia aos 3 anos de idade, atingindo seu rendimento máximo entre os 7 e 15 anos. O replantio é feito após 25 a 30 anos, quando torna-se anti-econômica a coleta dos frutos devido a altura alcançada pelas palmeiras. Ao contrário das demais oleaginosas, o dendê produz durante o ano todo, não apresentando safras estacionais, o que facilita a fixação da mão-de-obra e reduz os problemas com erosão. O dendê é considerado uma cultura florestal, pois contribui para a redução de impactos ambientais. Por ser uma cultura de fácil manejo e trato, é ótima opção para a agricultura familiar, proporcionando emprego e renda no meio rural. Algumas empresas compram toda a produção de cachos de frutos frescos (CFF) destes pequenos agricultores. O dendê pode colaborar com a inclusão social e proteção ao meio-ambiente.
O dendê, cultura arbórea e perene, é indicado para recuperação de áreas degradadas na Amazônia. Por ser uma cultura que gera 1 (um) emprego direto para cada 7 ha de plantio, o dendê é indicado como uma excelente opção para o assentamento rural, ideal portanto para a reforma agrária assentar milhões de famílias. Estima-se que uma família de 5 (cinco) pessoas possa cuidar e explorar uma área de 10 ha, sem a necessidade de equipamento agrícolas mecanizados, gerando renda suficiente para se manter dignamente. Levando-se em consideração os preços atuais do Óleo de Palma (Abril/2010), um hectare de dendê gera uma receita bruta de R$ 7.500,00/ano e um custo estimado de R$ 3.750,00/ano. Com 10 ha, uma família obtém uma renda anual de R$ 37.500,00.
Como a característica da cultura do dendê exige beneficiamento dos frutos no máximo em 72 horas após a colheita, torna necessária a instalação de indústrias de extração de óleo bruto junto aos plantios, gerando ainda mais empregos.
Outra espécie pura do dendê é a de origem americana, conhecido como Caiaué (Elaeis oleífera), espécie que ocorre na América do Sul e na América Central, especialmente no Brasil, Colômbia, Equador, Venezuela, Costa Rica, Guatemala e Porto Rico. O Caiaué não tem plantações em escala comercial, mas é de grande importância para cruzamentos com a palma de origem africana.
O Caiaué produz pouco óleo, mas de boa qualidade e com teor elevado de ácido graxo monoinsaturado, e é de extrema importância genética para ser utilizado na hibridação com Elaeis guineensis para obtenção de cruzamentos resistentes a determinadas doenças.
A palma híbrida é cultivada principalmente nos países como a Colômbia e Equador (em maior escala) e no Brasil (em menor escala). O surgimento do híbrido foi em decorrência do surgimento de doenças, conhecidas como Pudricion Del Cogollo (PC) e Amarelecimento Fatal (AF) no Brasil, que dizimaram grandes áreas nas regiões de elevada pluviosidade.
O híbrido denominado intra-específico é aquele resultante do cruzamento de variedades da mesma espécie (Elaeis guineensis x Elaeis guineensis).
Tenera – obtido através do cruzamento entre as variedades Dura e Psifera (híbrido dentro da mesma espécie). Apresenta espessura de casca inferior a 2mm e um anel fibroso ao seu redor. Este híbrido é recomendado para plantios comerciais, porém não demonstrou resistência ao Amarelecimento Fatal (AF).
O híbrido denominado interespecífico é aquele resultante do cruzamento de variedades de espécies diferentes (Elaeis guineensis x Elaeis oleífera), batizado com os nomes dos locais de sua ocorrência.
A DENPASA realizou pesquisas intensas e hoje mantém plantio comercial da variedade do dendê híbrido interespecífico em plena produção, em área próxima a Belém/PA (região propícia para a cultura), apresentando ao mercado este híbrido (Caiaué x dendê africano), que vem se tornando uma opção muito importante, principalmente pela sua tolerância às pragas e doenças, herdando do Caiaué todas as qualidades do óleo, com ótima capacidade produtiva.
Países como a Colômbia e Equador, que possuem quatro a cinco vezes mais áreas cultivadas do que o Brasil, estão utilizando outra variedade híbrida para realizar suas plantações, denominada Coari, oriunda do Brasil. A DENPASA, em parceria com a Embrapa/CPAA, introduziu na década de 90 vários híbridos de várias origens e os melhores resultados foram obtidos com a variedade híbrida Manicoré, que veio da região de Manicoré/AM.
Além disso, o óleo produzido com o híbrido Manicoré é de ótima qualidade:
- Fontes de ácidos graxos insaturados estão relacionadas com a diminuição dos níveis de colesterol circulantes e conseqüentemente ao menor risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares.
No Brasil, o único produtor de sementes de dendê é a Embrapa de Manaus, porém sua capacidade de produção é limitada, principalmente na semente do híbrido Manicoré, pela limitação de matrizes. A DENPASA, possuidora de bosques de matrizes de Elaeis oleífera no município de Manicoré/AM, estará preparada para produzir sementes do híbrido Manicoré em parceria com a Embrapa, visando atender a demanda que está surgindo através do programa do Governo Federal de incentivo à cultura do dendê, principalmente no estado do Pará. Fala-se de um programa de 1 milhão de hectares.
A continuidade da dendeicultura na Amazônia está condicionada a viabilidade econômica dos “Híbridos Interespecíficos” que estão sendo pesquisados e avaliados pela DENPASA, que possui estes materiais em suas propriedades. Graças aos resultados já alcançados, hoje já é uma realidade a renovação de sua plantação, a níveis econômicos. Mas as pesquisas não páram. A DENPASA continua coletando informações e pesquisando o melhor para o cultivo do dendê.
A DENPASA TECNOLOGIA LTDA é a nova empresa do grupo que vai gerir todos os recursos técnicos para produzir sementes de palma híbrida, conhecida no Brasil como dendê híbrido, em parceria com a Embrapa. Maiores informações, favor entrar em contato através do telefone (91) 99269.8300.