Dos frutos do dendezeiro são extraídos:
1) Óleo de Palma Integral, ou óleo de dendê
Retirado do mesocarpo (polpa), o óleo de dendê é o mais versátil entre todos os óleos e gorduras. Após o refino ele pode ser separado através de processo relativamente simples, chamado de fracionamento, em dois componentes:
Oleína:
- é a parte líquida obtida após o processo de cristalização a uma temperatura controlada;
- é um óleo muito importante no comércio de óleos e gorduras vegetais cujas características físicas são bastante diferentes do óleo de palma;
- é completamente líquida em clima quente e se mistura perfeitamente com óleos de qualquer oleaginosa, com excelentes características para frituras, podendo ser utilizada como óleo de cozinha doméstica e industrial;
- resiste muito bem a altas temperaturas por períodos prolongados sem provocar oxidação, que é responsável pela formação de peróxidos e de odores desagradáveis.
Estearina:
- pode ser utilizada diretamente como gordura industrial na confecção de bolos, biscoitos, bolachas e outros
- serve também como excelente substituto do sebo na confecção de sabões e sabonetes, pois o sebo é altamente variável em termos de qualidade, impurezas e odores, enquanto que a Estearina é uniforme e desodorizada
- serve também como matéria-prima para a fabricação de margarinas, maioneses e gordura para sorvetes
Por ser óleo vegetal, o óleo de palma não possui colesterol, que somente é encontrado em gorduras de origem animal como a manteiga, o sebo e a banha que o possuem em altos teores. Por ser um composto saturado possui a vantagem sobre os outros óleos, como o de soja, de não provocar hidrogenação. Recentemente constatou-se que a hidrogenação artificial provoca o surgimento de “isomeros trans”, que podem ser prejudiciais para a saúde humana. Existem fortes evidências demonstrando uma relação positiva entre a ingestão de ácidos graxos trans e a doença arterial coronariana (DAC), não apenas elevando as concentrações sangüíneas de lipoproteína de baixa densidade (LDL), mas também reduzindo, no plasma, os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL)
Os ácidos graxos trans estão incluídos entre os lipídeos dietéticos que atuam como fatores de risco para a doença arterial coronariana. Estes ácidos graxos ocorrem naturalmente em gorduras oriundas de animais ruminantes, e em produtos alimentícios industrializados que sofrem processo de hidrogenação parcial ou total de óleos vegetais (Chiara et al. 2003)
A Organização Mundial da Saúde vem desde 1999 recomendando a limitação da ingestão deste tipo de gordura, como forma de prevenir doenças coronarianas. Em 1999, a Food and Drug Administration (FDA), sugeriu que a quantidade de ácidos graxos trans fosse discriminada em rótulos de produtos alimentícios.
O óleo de palma é a matéria prima ideal para se reduzir ou até mesmo eliminar a presença dos trans. De fato, nos últimos anos tem-se notado um aumento significativo da demanda do óleo de palma por empresas interessadas na produção de produtos mais saudáveis.
O dendê é considerado mundialmente a maior fonte natural de vitamina A. Além disso, o óleo de dendê é rico em vitamina E, ácidos graxos isolados e insaturados, o que o torna largamente reconhecido pelas suas qualidades nutricionais. Dessa forma, a FAO vem defendendo o seu uso na forma “in natura“, como fonte de calorias para as populações de baixa renda na América Latina e África.
2) Óleo de Palmiste
Obtido a partir da amêndoa (caroço), o óleo de palmiste é um óleo láurico muito disputado, especialmente pela indústria saboeira, assim como pelas indústrias alimentícias e óleo-químicas. A partir do óleo de palmiste produz-se o substituto para a manteiga de cacau.
3) Torta de Palmiste
A torta de palmiste é um sub-produto da extração do óleo de amêndoa, podendo ser usada na fabricação de compostos para alimentação bovina e suína, ou ainda como adubo.
4) “ZERO WASTE“ – Perda Zero
Os resíduos do processo de extração, como cacho vazio, fibra e casca de amêndoas, podem ser utilizados como combustível nas caldeiras, para produzir o vapor necessário para o processo de extração, e também para a geração elétrica. Isto faz com que a fábrica de extração de óleo de palma seja auto-suficiente em energia elétrica, podendo até fornecê-la para outros consumidores, como agrovilas ou rede pública.
Se não houver a queima de resíduos do processo nas caldeiras, pode-se utilizar este material para adubação orgânica no próprio dendezal.