Em trabalho técnico desenvolvido pela Marborges (Alexandre Sanz Veiga, Pedro Paulo Vianna Borges, Eder José Azevedo Ramos e Antônio José de Abreu Pina – 2009), apresenta-se o cenário deste importante mercado:
O óleo de palma, ou azeite de dendê, continua a ser um grande desconhecido no Brasil. A maior parte dos brasileiros ainda associa esta “commodity“ aos pratos tradicionais da culinária Afro-Brasileira.
A tabela abaixo relaciona a produção, importação e consumo dos principais óleos e gorduras no mundo. Constatar que o óleo de palma é o óleo mais produzido e consumido a nível mundial, estando inclusive à frente do óleo de soja, pode ser uma novidade espantosa para os brasileiros em geral.
Mais espanto causa ainda o fato de que o óleo de palma corresponde a 55% de todos os óleos e gorduras importados mundialmente.
A situação brasileira, no entanto, é muito diferente. O mercado de óleos e gorduras é dominado pelo óleo de soja que foi responsável em 2008 por 77% da produção e 65% do consumo brasileiros. O óleo de palma, por outro lado, com apenas 2,7% da produção nacional de óleos e gorduras, ocupou apenas a quinta posição, após soja, sebo, banha e algodão. Com relação ao consumo a sua situação melhora um pouco para o óleo de palma, subindo uma posição e quase alcançando os 6% de todos os óleos e gorduras demandados pelo mercado nacional.
Já na pauta de importações o palma salta para o primeiro lugar com 39% dos óleos e gorduras. O segundo óleo mais importado em 2008 foi o palmiste, extraído da amêndoa dos frutos de dendê. Ou seja, 65% dos óleos e gorduras importados poderiam ser supridos internamente se o Brasil plantasse mais dendê.
A produção mundial de óleo de palma, em 2010/2011, atingiu mais de 47 milhões de toneladas. O Brasil ocupa uma posição sem muito destaque (265 mil toneladas), e apesar de suas dimensões continentais, vem atrás de países como Costa do Marfim e Equador.
Em 2008 o total de plantios de dendê no mundo era de 11.265 milhões de hectares. A Indonésia, com 4.980 milhões de hectares de dendê, ocupa a primeira posição. Vamos encontrar o Brasil numa modesta 11º posição, com quase 62.000 hectares plantados no estado do Pará em 2008 (Agrianual 2010).
A cultura da palma é caracterizada pela sua elevada produtividade de óleos por hectare. De acordo com dados obtidos no “Oil World Annual 2009“, a produtividade média dos países produtores nos últimos anos foi de 3,68 toneladas de óleo de palma e de 390 kg de óleo de palmiste por hectare. Ressalta-se que estas são as médias. O potencial produtivo da cultura pode ultrapassar as 8 toneladas de óleo de palma por hectare sob condições ideais.
As melhores produtividades foram observadas em plantações da Malásia, Costa Rica e Indonésia. No Brasil a produtividade média foi pouco superior às 3 toneladas de óleo de palma por hectare/ano.
Segundo Barcelos et al. 1999, o óleo de palma pode ser utilizado em cerca de 145 produtos industrializados.